Uma missão da INTERPOL que se encontra em Cabo Verde ao serviço do Sistema de Informatização Policial da Africa Ocidental, WAPIS, (Sigla em Inglês que significa West African Police Information System) foi recebido em audiência, nesta terça feira, 13 de março, pelo Presidente do Conselho Superior da Magistratura Judicial, Dr. Bernardino Delgado.
O objetivo da visita da missão, composta por três integrantes, os membros da INTERPOL Dominique Dupont, Marie-Violaine Chabrel e o responsável da informatização do sistema, Issam Mouslim, foi o de socializar com o CSMJ o propósito do programa, com vista a uma colaboração mútua e promoção de troca de informações entre agentes judiciais.
O objetivo geral do WAPIS é fortalecer o intercâmbio de informações e a coordenação entre os órgãos de aplicação da lei da região. Isso é essencial para combater os crimes que atualmente afetam a região, como o narcotráfico, o tráfico de pessoas e o terrorismo.
O Programa, que conta com o financiamento da União Europeia, está a ser implementado em três níveis: nacional, regional e global.
A nível nacional o programa fornecerá às autoridades locais, responsáveis pela aplicação da lei, um sistema eletrónico de informações policiais nacionais que lhes permita criar, gerir e compartilhar arquivos relacionados com a investigação e julgamento de crimes, incluindo suspeitos, vítimas e testemunhas; procedimentos legais; armas e objetos relacionados com a prática de crimes; veículos; e documentos de identidade.
Em relação a essa questão o presidente do CSMJ, aproveitou para informar à missão que a justiça cabo-verdiana inaugurou na passada sexta feira, 9 de março, a plataforma digital para a tramitação eletrónica dos processos penais, SIPP.
No âmbito do programa WAPIS mostraram-se disponíveis para financiar e disponibilizar total apoio ao SIPP, principalmente no que tange ao seu aperfeiçoamento dentro do quadro da cooperação mútua na partilha de informações.
Depois da criação dos sistemas nacionais em cada um dos países da CEDEAO, estes serão conectados em uma plataforma regional de partilha de informações para a polícia. Isso permitirá o intercâmbio imediato de dados policiais autorizados entre os países da região, aumentando assim a cooperação e a eficácia da ação policial.
Outra vantagem deste sistema centralizado é que a polícia será capaz de coletar as estatísticas da criminalidade mais facilmente e analisar as tendências que afetam a região. Os subsídios serão usados para desenvolver estratégias eficazes no combate à criminalidade.
Cada sistema nacional de dados policiais será conectado ao sistema de comunicações policial global da INTERPOL através do Escritório Central Nacional do país. Como tal, os investigadores poderão compartilhar dados nacionais autorizados em todo o mundo e realizar pesquisas através do banco de dados da INTERPOL.
Esta capacidade tem o potencial de revelar conexões entre crimes e criminosos que anteriormente não seriam possíveis. Por exemplo, um policial que executa uma pesquisa relativo a um suspeito nacional de tráfico de drogas, através da conectividade propiciada pelo programa, poderá saber se o indivíduo é procurado por outro país, além da região, em atividades criminosas similares.







